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A educação e o futuro da Bahia

A educação e o futuro da Bahia

13 de Fevereiro de 2020

A Bahia e sua capital precisam enfrentar seu maior desafio econômico: a questão educacional. E o desafio não é apenas social, mas econômico, pois são os fracos índices educacionais da Bahia que vêm retirando competitividade do estado.

Esta semana uma pesquisa realizada pela Amcham com 76 presidentes de empresas da região colocou a Bahia em 3º lugar entre os estados mais competitivos do Nordeste, abaixo de Ceará e Pernambuco.

Por que essa visão está arraigada, se a Bahia é uma economia muito mais pujante, com um PIB maior que os dois estados? A resposta é simples: a Bahia está perdendo feio no quesito educação e inovação.

O ranking de Competitividade dos Estados, calculado pela CLP/liderança pública referente a 2019 e disponível na internet, explica isso em detalhes. Nele, a Bahia está em 20º lugar em competitividade entre os estados brasileiros, bem abaixo do Ceará, que ocupa o 12º lugar, e de Pernambuco, que ocupa o 17º lugar.

Mas quando os dados são desagregados, vemos que a Bahia vai relativamente bem em infraestrutura, em sustentabilidade ambiental e solidez fiscal, e o que derruba nossa posição é a educação. Nesse quesito, a Bahia alcança apenas 13,6 pontos, enquanto o Ceará dispara, atingindo 74,9 pontos.

Competitividade

E a incapacidade da Bahia em enfrentar seu problema educacional se desagrega em outros dois segmentos vinculados a educação e que são fundamentais para dar competitividade ao estado: o quesito capital humano, no qual a Bahia crava apenas 16 pontos, enquanto Pernambuco marca 40, e o quesito inovação, cuja pontuação é inferior a 10, bem menor que a os dois estados nordestinos.

É a educação e seu impacto na força de trabalho que vem tirando nosso potencial de mercado, pois a pesquisa admite que a Bahia é o 7º maior mercado do país, mas registra que está em 22º em crescimento da força de trabalho.

O mesmo ocorre em Salvador, que está em posição bem inferior a Fortaleza e Recife no segmento educação do Índice Firjan de Desenvolvimento. É urgente mexer nessa realidade e até copiar a experiência do Ceará, que em 10 anos deixou de ser um dos mais atrasados estados na área educacional e hoje se coloca entre os melhores do ranking. Os governantes da Bahia nunca deram muita importância à educação, talvez por sua herança exportadora/escravocrata, mas a falta de competência nessa área está prejudicando a população e a economia.

Fundeb urgente

E já que estamos falando em educação, registre-se o pleito de 27 governadores pedindo urgência na aprovação da chamada PEC do Fundeb – Fundo de Desenvolvimento e Manutenção da Educação Básica, que perde vigência no fim deste ano e, se não for mantido e ampliado, vai tornar ainda mais difícil resolver a questão da educação na Bahia e no Brasil. Os governadores querem a ampliação da participação da União no financiamento da educação básica e a revisão da metodologia de distribuição dos recursos. O pleito é justo mas não basta apenas colocar recursos no saco sem fundo governamental, o Fundeb precisa ser focado para viabilizar uma política educacional direcionada aos mais pobres.

 



Texto extraído do Jornal A Tarde

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